segunda-feira, 25 de julho de 2011

E o orgulho pra nos esconder, do que prevalece em nós

Era tão simples e tão natural, que já havia se tornado comum ir ao encontro daquilo que lhe fazia tão bem.
Às vezes o futuro lhe parecia incerto, porém, quando que não o é? Incertezas sempre fizeram parte dos seus dias, seja na hora de levantar da cama, com a incerteza do que fará durante o dia, ou ainda na hora de dormir, com a incerteza de quais sonhos lhe acompanharão, se é que haverá algum. O fato é que não se tem certeza de nada até o momento em que se esta vivendo aquilo que se propôs a viver, quando os seus atos estiverem no presente e quando já tiver experienciado às consequências do mesmo. Sabendo disso tudo fica a pergunta: por que então o medo do depois, o medo do que pode vir a acontecer? Várias respostas, porém nenhuma parecia satisfazer totalmente, mas ainda sim a que mais lhe convenceu foi a de que, prioriza-se vontades, desejos, volições; essas incertezas diárias, muitas vezes mecânicas, são somente incertezas porque ainda não ocorreram, porém se olha-se  para elas de longe, sempre se repetem, cotidianamente, com uma ou outra mudança, mas, sempre previsíveis. Agora, e quando se trata de sentimentos? Quando se trata de sentimentos de outras pessoas? Bem, ai já é impossível acreditar que todos são relógios que funcionam automaticamente. Ai é que mora a insegurança, o medo, a incerteza. Muitas vezes não se tem clareza nem sobre o que se passa dentro de seu coração, como então pressupor o que o outro sente? Nesse enigma sem fim, a alternativa escolhida, ao se deparar com sentimentos tão seus que não sabia como jogá-los para fora, sem saber que ao sentir, já os jogava sem querer, a alternativa encontrada foi a de se deixar levar por eles. As emoções que lhe eram causadas em cada encontro, em cada gesto, foram moldando sua forma de agir, construindo assim sentimentos concretos (se é que existem) que se cristalizaram em si. Mas não, seu medo pelo amanhã ainda não acabou, ao contrário, seus medos agora tomam outra proporção, e é ai, nesse momento que conseguiu enxergar a melhor parte de tudo que andou lhe afetando. Sim, fala-se em afetos, em sentir, em desmistificar o sentir, em desterritorializar todas as seguranças e certezas que foram engessadas durante as suas vidas. Muda, deixa-se sentir da forma como o seu corpo bem entender, e sente-se muito feliz assim. Anda tendo bons encontros, tem sido feliz nesses encontros e não lhe parece real pensar que o futuro lhe reserva tristes incertezas, pois, ainda que o amanhã não lhe caiba, o seu hoje está valendo à pena, o seu hoje anda lhe completando, e no seu hoje esta deixando que lhe façam feliz. Seu único medo, e esse não há como se desvencilhar, esse não há como fingir que não está lá, é o medo de não conseguir fazer do seu sentimento, algo recíproco lá, algo recíproco nessa sua “fonte de felicidade”.
Nunca havia pensado nisso de sentimentos, nisso de não se apegar a eles e por consequência exigir um retorno. Mas, nem sempre o retorno vem, ou melhor, nem sempre ele vem de forma observável, o que não quer dizer que ele não está lá, só que cada um responde ao que sente, ou ao que não sente, de formas diferentes. Não aprendeu isso da melhor forma possível, muito menos consegue aplicar totalmente nos seus atos. O que sabe é que é movido por desejos e instintos egoístas e narcísicos, infelizmente, mas fazer o quê? Se conseguisse não se importar com cada ato não correspondido, com cada palavra não dita... mas, quem disse que tem que ser do jeito que se espera? Quem disse que vai ser do jeito que se espera? No entanto, como não esperar? Sua saída pra não cair nos empecilhos colocados por si mesmo é saber dos lindos momentos que já viveu, das coisas lindas que já ouviu. Tem tempo e paciência pra tudo que for necessário dentro daquilo que lhe faz bem, e que se recusa a abrir mão. Espera que lá, no seu varal, também estejam pendurados pedaços dos seus sentimentos, assim como cá estão no seu.


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